domingo, setembro 27, 2009

sexta-feira, setembro 18, 2009

Amalfi

Hoje, vou fechar os olhos e deixar-me levar pelas imagens com que sonho. Encantam-me de tão verdadeiras que são. Já estive em sitios lindos, retenho memórias que valem mais que todos os sentidos.

 
Hoje , procurei um sitio quase inacessivel, Amalfi.




Imagino-me numas ruelas coloridas, vasos alegres nas janelas. Aquele borbulhar festivo de palavras que se confundem com os olhares apaixonados, a musica de um violino escondido numa varanda.

Vejo-me de olhar desperto, nesta ansia que sempre tive de me encontrar. Vejo, sinto.


Este sitio é tão bonito. Há-de haver um homenzinho pequeno, de boina escura e colete antigo que, em troca de um sorriso e uma moeda me há-de lembrar. Há-de haver uma menina a correr, pela rua que desce, de encontro ao mar azul, no sopé desta villa.




Vou experimentar sentar-me numa varanda de pedra, fixar o mar que abraça as serras, deixar-me levar por o que de mais real existe aqui, a minha vontade de sonhar.

 
Quando cair a noite e antes de me despertar, vou saborear um copo de chianti imaginado e queijo em quadradinhos, enquanto ouço as musicas vindas do mar.

 



Amanhã, partirei noutra direcção qualquer. Não interessa qual, há-de haver sempre um lugar. Isso eu sei...

terça-feira, setembro 15, 2009

The meaning of life...




Não resisti.
Em fimes, talvez...
Na realidade??? Não sei!

domingo, setembro 13, 2009

Inicio

"No início não existe a folha em branco, essa chega muito depois. No início, existe uma linha de sentido mergulhada no interior do caos. Há o tempo, pessoas que nascem e que morrem, séculos que imaginamos antes e depois de nós, idades que usamos como disfarces, como fatos nos casamentos; há o mundo, todos os seus cenários, esgotos e planícies, adereços à distância dos nossos gestos, muros que condicionam o caminho; e existimos nós, indecisos e incorrectos, com braços e pernas, com pele e feitio, com espírito ou, pelo menos com a possibilidade de espírito, com a ideia. Depois existem as possibilidades e as dúvidas a lançar estes três elementos - tempo, espaço e sujeito - uns contra os outros....o aleatório faz malabarismo à nossa volta e, de repente, podemos distinguir uma linha de sentido: algo que se relaciona com algo. Essa peça, por sua vez, poderá relacionar-se com outra, que se relacionará com outra, etc. Salta-se de pedra em pedra ignorando-se o rio....
Continuamos a juntar os pequenos pontos e, aos poucos, distinguimos uma forma. Esse é o início. Só a seguir, consoante a lua e o aparelho nervoso, chega a folha em branco com todas as suas lendas..."
 
José Luís Peixoto,
Verdades quase verdadeiras, Jornal de Letras.



domingo, setembro 06, 2009

Manos al aire


Noite escura
Ecoa a minha voz, desperta nos contos que me embalam.
A minha mémoria é fertil, rica.
Em cada história, imagens rodopiam em meu redor.
Despeço-me do que não me pertence
Abraço o escuro e a planicie
Vastidão serena e calma
Aguardo o amanhecer da minha alma
Construo cada história em cada momento
Sinto-me cheia de mim.

sábado, setembro 05, 2009

Os abraços que valem

Este abraço, vale mais que mil palavras, mil imagens, vale tanto!
Este é eterno, este só sente quem tem, infinito!!!
Pequenino, mas o sorriso é da cor do por do sol!

A crueza da verdade

"O riso rodopia no ar! Rebentam foguetes de alegria, pintam-se em néon as paredes, as árvores, o céu com tantas palavras, tantas frases, ideias… confidências.
Espalhas-te por quem te rodeia. Diluis-te pela amizade e o conhecimento, misturas-te pelo amor. E todos, uns mais outros menos, pensam conhecer quem és e como o és. E sabem porque o és?
Pelos olhos dos amigos passam as tuas visões; pelos ouvidos dos teus próximos passam as formas mais recatadas do teu ser. Pelo coração dos teus queridos viajam os teus sentimentos; pelo cérebro dos de tua confiança vagueiam os teus pensamentos mais ousados…
E o que sabem eles dos esteios que firmam o teu EU?! Provavelmente… muito pouco… ou mesmo nada, em alguns casos.


Sim… vai à crueza da verdade… Já alguma vez sentiste o impulso de franquear em limpidez o portão do teu tesouro íntimo, mais arreigado à fonte da pessoa que és? O que fazes com tantos sentimentos, sensações emoções, mundanas e etéreas que reténs no cofre do teu segredo? Comunicas? Não?… Guardas nas catacumbas da alma, na vã esperança e na inibida vontade de algum dia, um qualquer arqueólogo de ânimos e vidas, no seu deambular pelos desertos de réplicas humanas descubra, acidentalmente, mais um indivíduo inequívoco.

Entretanto, na maior das euforias dos confessionários sociais, tu, a tua verdadeira criatura, perde-se no esquecimento acanhado e abafado pela nuvem de trivialidades corriqueiras que se cruzam e se trocam nos laços sociais.
Vives conformado na agremiação do cidadão; vives ansioso na solidão interior. Uma solidão maior, a verdadeira solidão a um, invisível, imperceptível àqueles que te poderiam dar a companhia da partilha de todo o mundo que carregas em silêncio.


Corres como um rio interior, marginalmente, pelos subterrâneos do mar quotidiano, sem nunca nele desaguar. Crias para ti, uma imagem, um cartão de apresentação, superficial, polido ao essencial fútil. Andas disfarçado pelas ruas da actualidade.
Aqui e ali deixas escapar algum perfume do teu jardim de encantos. Reagem mal, estranham-te e tu, arrependido e abatido pela audácia, retrais a espontaneidade e retratas-te como se houvesses cometido o pecado do Ser verdadeiro…


Depois tens de escrever estes textos para soltares algumas coisas de ti…"

Copiei este texto de alguém cuja alma me espelha em palavras verdadeiras
“Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo…
Isto é carência!

 
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar…
Isto é saudade!

 
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos…
Isto é equilíbrio!

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente…
Isto é um princípio da natureza!

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado…
Isto é circunstância!

Solidão é muito mais do que isto…
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma”.

Maman