terça-feira, fevereiro 22, 2011

Por ti

Eu, sabendo que te amo,
e como as coisas do amor são difíceis,
preparo em silêncio a mesa do jogo, 

estendo as peças sobre o tabuleiro, 
disponho os lugares
necessários para que tudo comece: 

as cadeiras
uma em frente da outra, 

embora saiba
que as mãos não se podem tocar,
e que para além das dificuldades,
hesitações, recuos
ou avanços possíveis, 

só os olhos transportam, talvez, 
uma hipótese de entendimento. 
É então que chegas,
e como se um vento do norte
entrasse por uma janela aberta,
o jogo inteiro voa pelos ares,
o frio enche-te os olhos de lágrimas,
e empurras-me para dentro, onde
o fogo consome o que resta
do nosso quebra-cabeças.

Nuno Júdice

1 comentário:

  1. Bom dia Milhita. Na divulgação do meu blog vou descobrindo pelo caminho outros igualmente interessantes. Já vi que aqui é para continuar. Parabéns pelo trabalho. Convido a ver o meu blog webart2011.blogspot.com sobre pintura e desenho e se poder divulgar agradeço.

    Cumprimentos

    Francisco Santos

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