sexta-feira, abril 23, 2010

Mas será que ninguém se questiona?
Porra, será que a desgraçada que ainda hoje toma xanax, que ainda não consegue enfrentar o dia seguinte de vazio de poesias e arvores tombadas e sofás e "sempres" e lenços repetidos e africas e amores uma só vez muitas vezes, e as torres que não funcionam e por isso o tempo não cabe... Será que o egoismo da usurpação não vale mais que a culpa à exaustão? Será que um homem que se pretende disribuição fortuita, não se apraz de um simples até já, sem mais nada? Se se conhece o verdadeiro amor, nas abobadas lustrosas e nas praças e nas fumaças, que seja, mas que seja de vez. Será que a inexperiência de partilhar não se desmembra no tempo que nos rouba até findar? Porque tem tempo, mesmo sem mais nada, e mesmo assim, tem o erro de tardar. Tem sim senhora, tem continentes, muitas horas, tem consumição, prostituição, tem uma fronteira invisivel. Será que não se vê a mentira, escondida de carapaças e gargalhadas, a mutação não está no deslocamento para fora do nada que sempre havia, nada de novo nesse universo, faz-se mais do espaço que não via. 
Ou sou mestre de engano, capaz de enganar o mundo, de verdade, populaça de videntes e adivinhos, que mesmo não me dando, viram sempre, o que os meus olhos diziam. 
Não cria, tenho uma tremenda falta de fé, os meus pés pisam o descrédito de paginas e paginas e paginas de um livro que de tantos, não guarda um nome, tem marés, uma de três, afinal só uma, e ainda por cima, inicia da mesma forma. Eu sempre quis ser a "uma" a três avos de um terço rezado em compromisso pleno, mais do que Deus quiser. 
Será que sou só eu que me peco e atormento, e me afundo nas marés? Será que sou só eu que me devo a voz da culpa e do medo? Sei mais que isto, não sabendo, talvez? Mas esta gargalhada ribomba no meu peito ainda agora, do festival desmembrado, ensaiado à laia de poesia, de palhaços e mentira, trompetes e ilusão, enviado num só gume. E eu não tomo comprimidos, não bebo, só fumo uns cigarros cansativos para dar o ar que ainda não consigo deixar. 
Será que o compromisso disforme da culpa e da subtração, era só minha a visão ? 

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