sexta-feira, março 12, 2010

Deixo os meus pés escorregarem no verde dos traços circulares. Sinto falta do alcance do teu olhar, sinto falta da voz que sempre falou mais de mim do que a minha. Bolas, madrugada sentida que não passa, punhal cravado nas amarras da palavra que fala e eu percebi que não fala de mim.
Tenho um mundo para dar, gestos vindos de uma corrente que me percorre, tenho uma terra quente, pedinte que me veja, que me sinta, tenho o silencio que nunca conheci. Tenho vergonha, ausencia, tenho raiva e mil lagrimas que caem, não tenho nada, nada...
Ouço vozes, subo e desço degraus com o esforço necessário, vagueio na multidão desencontrada, corro para mim em fuga, procuro-me, peço-me.
Sei mais que a palavra, não sei nada.

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