segunda-feira, março 08, 2010

Enublada de um querer não saber, mais forte que a distancia até ao dia que me tenha. Já é tarde.
Seja a febre, seja a tarde, perdeu a madrugada as cores capazes de me olharem. Será ainda cedo para me ter?
Seja forte, tão forte como uma onda tremenda, que venha das entranhas da terra, do fundo, do magma ardente que me ferve na cara.
Seja uma voz poderosa que jorre em cascata de longe, do cimo de um monte, silenciosa e delirante.
Seja uma estação nova, ainda é tempo de uma asa solta.
Ouves? É mais forte que a minha voz, transborda de mim. Gritante.
Os fortes maciços nas escarpas ventosas, as palavras presas, as cores, rasguei a tela porque não me caberia o branco. Ando por entre pedras soltas, poemas e imagens, pegadas sulcadas até aqui. Atrapalho-me?
Não crês na desordem?  Não vês que a minha mente já percorreu caminhos perversos e campos de outono, não vês que me dispo onde não creio? 
Entendes a voz deslumbrante dos sentidos? Como se expressa a respiração de mim que me passa na mente?
A demência é um estado de simplicidade fascinante, pegar nas palavras, desdobrá-las em lágrimas onde só falam os gestos e o silencio. Deixar os dedos desenhar um quadro qualquer, e em seguida, ver-me.
Conhecimento. É cedo ainda..

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