Turbilhão vazio, imensidão oca e contigua, reclamo passadas vividas, pisadas minhas, feitas de sentido, de mim!
De mim, cheia de vida, sem tempo, eu sei, desfocadas e tão sentidas, mais que palavras, mais que silencios, gritavam alto os gestos que eram para ti.
O meu amor sentido, despertar de uma vida merecida, erguida de sonhos e conquistas, de tempos demorados e outros descompassados.
Hoje falo das correntes contrarias, das que tu julgas não conseguir ver em ti. Entendo o mesmo medo, entendo a solidão da ironia, entendo os rasgos dolorosos, ardentes da mente. Entendo os momentos adivinhados, mesmo que errados, em que a fé te abandona e a raiva te cega.
Entendo o tempo. Entendo.
Vejo te agora, de volta à barca, cega e calma, e cego tambem o olhar.
Embarco eu na junção das correntes, à porta do mar que não chegamos a navegar.
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