sexta-feira, agosto 21, 2009

Dias

Ontem cruzei-me com uns olhos tristes, vidrados, embaciados, lembrei-me que os vi antes, onde não havia noites nem dias, era metade vazia, engasgada pela clarividência cega e moribunda. Baixei eu os olhos, dei-lhe o que tinha, daria quase tudo. Já não se usa o CM em canudo, basta a mão, já sabemos, os passos que percorri foi a pensar naquela vida, na verdadeira solidão acompanhada de um pedaço de veneno todos os dias, olhei para trás, olhei-me numa montra, e atrás dela, um livro antigo de Balzac e em baixo um escrito que me esqueci. Os olhos já não estavam, parei, curvei-me no chão à procura do que nunca encontro na confusão da minha mala, acendi um cigarro e ouvi, calada, ouvi a voz da minha cidade.

Escrita há dias!!!

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